segunda-feira, 30 de maio de 2011

MORTES NO CAMPO

Governo avalia intervenção em área de conflito agrário. Objetivo do Planalto é preparar ação contra onda de assassinatos no Norte - ZERO HORA 30/05/2011

Em reunião de emergência marcada para hoje no Palácio do Planalto, o governo discutirá a decretação de uma espécie de intervenção federal na tríplice divisa entre Amazonas, Acre e Rondônia, área de conflito agrário na Região Norte. A reunião definirá a reação aos quatro assassinatos registrados em menos de uma semana de agricultores. O objetivo é evitar novas mortes no campo, em regiões de conflito agrário e pressão por desmatamento.

Desde terça-feira, quatro agricultores foram mortos na região amazônica e pelo menos três deles haviam denunciado a ação predatória de madeireiros. A principal proposta que será levada à reunião é criar, via decreto presidencial, uma Área sob Limitação Administrativa Provisória (Alap), abrangendo os municípios de Lábrea (AM), Boca do Acre (AC) e Porto Velho (RO). No caso do Pará, o diagnóstico é de que assentados não conseguem resistir às pressões para produzir carvão e cortar madeiras em áreas de proteção ambiental.

– Nosso foco são as pessoas marcadas para morrer – afirmou o ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho.

Além de Carvalho, a reunião contará com representantes dos ministérios da Justiça, do Meio Ambiente, do Desenvolvimento Agrário e da Secretaria Nacional de Direitos Humanos. A presidente Dilma Rousseff não estará presente porque viajará para o Uruguai logo cedo, mas ontem solicitou informações sobre o assunto. Por determinação de Dilma, a Polícia Federal abriu investigação para apurar os assassinatos.

– Essa tríplice fronteira é uma região que exige uma ação mais efetiva de segurança pública e ordenamento territorial. Vamos levar a proposta, que deve ser adotada de comum acordo com os governos estaduais – adiantou o ministro interino do Meio Ambiente, Roberto Vizentin.

Nenhum comentário:

Postar um comentário